quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Demétrio

Saiba que além de colaborar com a minha entrada na universidade e agora, na pós graduação, você foi mais além, colaborou na minha formação como ser humano. Refiro-me a uma aula de literatura, no 2º ano, lá no “Pedroso”, em que deveríamos apenas lhe entregar o suplemento do livro “Ubirajara” como parte de nossa avaliação.
Neste dia, você entrou na sala e ficou quietinho, todos estavam terminando o trabalho às pressas, colando uns dos outros. Quando todos terminaram, os trabalhos foram recolhidos, e você não falou nada. Os alunos todos estranharam seu comportamento.
No dia da entrega das notas, todos se deram bem, porém após devolver o último trabalho você fez referência à nossa falta de compromisso e ética na realização da tarefa. Questionou que tipo de profissionais e cidadãos nós seríamos e além de tantas outras coisas enfatizou que aquelas notas, todas excelentes, na verdade não eram nossas, nós não a merecíamos.
Confesso que fiquei envergonhado e com vontade de pedir pra ter a minha reduzida, mas não tive coragem. Nunca esqueci aquele seu discurso, gostaria de ter gravado, mas guardo aquele dia com muito apreço, já contei a varias pessoas, aquela manhã marcou minha vida e passou a pautar meu comportamento desde então.
Evidentemente que estou longe de ser um arauto da ética e da moralidade, mas a partir daquele dia, graças a você, eu me tornei uma pessoa melhor. Isso sim é ser verdadeiramente um mestre! Gostaria de ter lhe dito isso pessoalmente, mas o momento agora foi oportuno.
Um fraterno abraço,
Adilson Freitas

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