domingo, 25 de setembro de 2011

Na escola também se pode ler

Ler é um ato tão ligado ao ser humano, que muito antes do surgimento da escrita a leitura já existia.

Esta afirmação pode soar estranha a quem pensa que ler é apenas decifrar palavras e somente isto.

Para quem tem consciência de que vivemos em um mundo de símbolos que precisam ser decifrados, não soa estranha a afirmação.

Os primitivos humanos se expressavam por símbolos. Liam e interpretavam o mundo em que viviam decifrando o que ia para além dos símbolos.

A experiência primitiva é a primeira grande lição do ser humano para o ser humano sobre leitura.

Quem se dedica a estudar o ato de ler, chega sempre à mesma conclusão: ler é compreender símbolos e discursos, completando-os, traduzindo o que não está dito explicitamente.

Quem exercita o ato de ler, nesta segunda perspectiva, pode-se considerar um(a) leitor(a) completo(a).

Mas por que milhares de pessoas têm preguiça ou raiva de ler? São vários os motivos, desde os mais simples até os mais graves.

Fiquemos com os mais simples, que dizem respeito só aos alfabetizados, omissos e aos que ignoram, conscientemente, o valor da leitura.

O hábito de ler começa na família. Criança que vê, em casa, exemplos de adultos leitores, vai imitá-los.

Criança habituada a ouvir e contar histórias, tende a ser leitora. Esta prática aguça-lhe a curiosidade, alimenta-lhe a criatividade  e estimula-lhe a imaginação.

De casa para a escola levam-se bons e maus hábitos, entre eles o de ler ou não ler. À escola cabe incentivar os bons e substituir os maus por melhores.

Talvez o maior pecado da escola contra a formação de leitores, seja o fato de se querer impor a estudantes, especialmente das séries iniciais, leituras que se acredita serem boas para os alunos e julgar que gostarão delas pelo fato de ter agradado a quem as indicou. É a presunção de querer gostar pelos outros.

Bom seria, se antes de se indicar leituras paradidáticas, os estudantes fossem consultados, durante o ano, sobre que tipo de assunto gostariam de ler no ano seguinte. Este procedimento evitaria a sensação da obrigatoriedade e, quem sabe, pela espontaneidade, o interesse de estudantes por livros aumentasse.

Em muitas escolas, é praxe a proibição do contato direto de estudantes com os livros das bibliotecas. Em favor desta atitude, argumenta-se que os livros ficam desarrumados, fora de ordem, misturados entre si, enfim, pegar em livro é um transtorno em certas escolas.

Nada pior que isto para inibir o sadio desenvolvimento do hábito de ler. Se as pessoas, principalmente crianças, não pegarem em livros, não sentirem o cheiro deles, não olharem letras, imagens, páginas etc., vão ter sempre a impressão de que livro é objeto sagrado e, por isso, só alguns privilegiados podem tocá-los.

Quem sabe uma estante disponível só para que estudantes e demais interessados possam manusear livros na biblioteca de uma escola, represente um passo firme, a fim de atrair pessoas com idades, níveis de instrução e interesses diferentes para o mundo da leitura.

Outro caminho pode ser a implantação do “momento da leitura” na escola, definindo-se um dia da semana em que, em todas as aulas, os educadores abrissem espaço só para o contato com livros, sem pré-determinação de assunto. Esse dia já entraria no planejamento da escola e dos educadores, de modo a não se combater esta idéia em nome de suposto prejuízo aos conteúdos. Lendo, ninguém perde nada, ganha-se muito.

Em contrapartida, os estudantes teriam o compromisso de fazer resumo e comentário escrito sobre a obra lida, para socializar idéias, impressões e pontos de vista.

A escola tem que se tornar um espaço social onde a leitura não seja um dever e sim um prazer. Não adianta só criticar quem não lê ou só ficar lamentando um tempo passado, no qual a leitura era mais valorizada.

É preciso tomar atitudes concretas e realistas para diminuir o fosso que separa a ignorância do conhecimento.

O prazer de ler começa pela descoberta do tipo de assunto do qual se gosta. Se, em casa, familiares não têm preocupação em dialogar sobre os assuntos prediletos das crianças, a escola deve tê-la.

Socializando preferências, nascerá interesse em trocar informações, depois títulos de obras, depois nomes de autores, finalmente o desenvolvimento do processo da formação de leitores que se estenderá pela vida adulta.

Assim, a escola terá oportunizado um dos maiores benefícios que se pode fazer a um ser humano: tirá-lo da ignorância, através do ato de ler. A humanidade só tem a ganhar e a agradecer onde houver uma escola assim.

Neste particular, estudantes de colégios doroteanos podem se considerar privilegiados. Quem já se deitou ao chão de uma sala com almofadas e espelhos por todos os lados e muitos livros ao alcance das mãos, jamais dirá que esta experiência não seja válida.

Escola que forma cidadãos capazes de ler textos e o mundo que os rodeia sob multiformes símbolos, para intervir positivamente na transformação dessa realidade, cumpriu integralmente sua verdadeira missão.

Prof. Demétrio


EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE

Para se pensar em educação é preciso, antes de tudo, que se faça uma profunda reflexão sobre o homem, partindo-se de um questionamento não menos profundo: a educação que recebemos e a que hoje praticamos tem servido como instrumento de liber­dade para o homem?

A resposta não é simples nem fácil. E com­plexa, longa, requer análise, exemplos ilustrativos, discussões, enfim, um minucioso exame do que se fez e do que se anda fazendo nesse campo vasto e minado pelo qual o homem tem caminhado. Qualquer, porém, que seja a resposta, ela deve ser buscada e encontrada no próprio homem e tem que estar fundamentada na certeza de que o ser humano é inacabado, está em permanente construção. Sendo racional, o homem reconhece suas limitações, sabe de suas imperfeições e quer superá-las para sen­tir-se mais completo, crescer um pouquinho mais a cada dia e, assim, eliminar, gradual­mente, as imperfeições que vai descobrindo em seu ser, substituindo-as por vir­tudes que lhe possam elevar e pro­movê-lo como gente, como pes­soa. E essa consciência de ser inacabado e incomple­to que obri­ga o ser humano a educar-se, formar-se, aperfeiçoar-se.

A educação surge daí, da descoberta que o homem faz de si mesmo, do contrário  ela não exis­tiria e o ser humano conti­nuaria prisioneiro de si, de sua própria ignorância. Por isso mesmo, a educação deve e tem que estar a serviço do aperfeiçoamento humano, em todos os senti­dos.

A educação que conduz à liberdade é aque­la que tem o compromisso de abrir os olhos dos “cegos”, aquela que é capaz de mostrar a reali­dade sem máscaras, que situa o homem dentro da verdade dos fatos, que per­mite a ele o desenvolvimento da capacidade de criar, o direito de questionar, o dever de opinar, que estimula a ousadia de desafiar o que ainda não foi experimentado e o desco­nhecido, que o encoraja a se firmar como ser pen­sante, descobridor do mundo, veiculador de co­nhecimentos e não apenas um pobre receptáculo do saber alheio.

A educação conduz à liberdade quando ela não aliena, quando ela não se afasta das raízes da verdade, quando ela aproxima o homem da sua própria realidade para que este a conheça profundamente, a fim de transformá-la. Se o objetivo maior da educação não for transformar a realidade dos homens, ela não tem razão de ser nem de exis­tir, pois o homem continuará cego para a sua própria condição de vida. E é esta cegueira do homem ante a realidade que a educação tem o dever de curar. Esta é a  sua missão.

As escolas e as universidades deveriam ser o espaço privilegiado da formação humana, mas, muitas vezes, é-se obriga­do a constatar que essa instituições cederam lugar e espaço tão somente à transmissão de conteúdos curriculares, sem grandes preocupações com a for­mação ética, moral, espiri­tual, com o caráter e a per­sonalidade do homem, que não é só matéria, mas espírito também.

O     Papa Paulo VI, em sua famosa Encíclica “Populorum Progressio” escreveu: “Constrange pen­sar que muitas jovens. adquirem certamente uma formação de alta qualidade, mas, com freqüência, per­dem a estima dos valores espirituais que, muitas vezes, eram tidos como patrimônio precioso nas civilizações que os viram crescer”.

O verdadeiro edu­car não pode se omitir na tarefa de harmonizar o homem com o seu espírito, em nome da Paz, da justiça da sabedoria.
Prof. Demétrio

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Quem sou eu (professor) neste contexto

Consciente da necessidade de atualização permanente na tarefa de orientar estudantes em sala de aula, buscamos sempre novas oportunidades de aperfeiçoamento para aprender a reaprender o que deve ser ensinado de forma diferente e compatível com a idade e a mentalidade de nossos alunos.

É importante que se saiba que não sabemos o muito que pensamos saber e, na missão de ensinar para uma geração cem por cento "digitalizada", cabe-nos a tarefa de buscar novas formas de ensinar o que precisa ser transmitido como conteúdo formal em sala de aula.

Na sala de informática, queremos ser incentivadores para o despertar da consciência de nossos colegas, para a necessidade da inserção de cada um nessa nova era, a fim de que cada um de nós e cada um de nossos estudantes encontrem sentido no que estudam e saibam para que serve o que aprendem na escola.

Além disso, queremos sensibilizar as consciências com as quais trabalhamos, a fim de que desfrutem dos recursos que a tecnologia proporciona, para fins bons, justos e verdadeiros.

Prof. Demétrio
A SOCIEDADE DA APRENDIZAGEM E O
DESAFIO DE CONVERTER INFORMAÇÃO EM CONHECIMENTO
É fato constatado a dificuldade que as pessoas demonstram de aprender o que precisam para viver em um mundo cada vez mais envolvido em tecnologias.
Aprender é uma necessidade constante e crescente no momento presente da História humana, pois a evolução tecnológica propõe, a cada dia, novos conhecimentos e a maior dificuldade no processo da aprendizagem deve-se ao fato de que o ser humano precisa aprender, ao mesmo tempo, várias coisas, de formas diferentes.
As maneiras de aprender é que têm se constituído no grande desafio da nossa era, pois o novo exige novas formas de aprender, obrigando-nos a abrir mão de conceitos, conhecimentos que acumulamos como “verdades” ao longo de nossas vidas e mostrando-nos que sabemos pouco e precisamos aprender mais, pois o conhecimento é inesgotável.
A grande proposta dos novos tempos é a inserção do ser humano no mundo democrático da informação, do aprender, do saber, do partilhar o conhecimento, a fim de que este ser transforme-se, cada vez mais, em uma fonte que, ao mesmo tempo em que aprende, ensina, ao mesmo tempo em que absorve, partilha, não retendo para si a riqueza de conhecimentos que o mundo vem trazendo até ele.
Então, qual é o fundamento básico que a era da informação e da formação veloz requer de quem tem a missão de “ensinar”, como é o caso dos educadores? Os novos tempos impõem à escola a tarefa de preparar pessoas para acessar e dar sentido ao que aprendem., deste modo um dos grandes desafios da chamada cultura da aprendizagem é levar o aluno a refletir sobre a utilização da informação de maneira crítica.
Quebradas as barreiras do medo do novo e da “vergonha” do não saber, a aproximação do ser humano com a máquina se torna maior, o interesse se intensifica, o desejo de inovar aumenta, daí para a aceitação completa é apenas uma questão de bom senso.
ATV1-1_DEMÉTRIO-KÁTIA

Diário de Bordo

Existem inúmeras possibilidades para se desenvolver uma prática docente, envolvendo conteúdos de disciplinas diferentes, enfocando um mesmo assunto. É o que se chama de interdisciplinaridade.
O melhor de tudo é quando uma prática desse porte envolve recursos tecnológicos disponíveis na escola, que podem tornar tais práticas mais dinâmicas e interessantes.
Em outros tempos, os professores sempre procuraram formas de dinamizar suas aulas, desenvolver trabalhos interdisciplinares em datas comemorativas e outras atividades que as escolas programavam usando cartolina, tesoura, cola, papel-cartão, papel crepom, lápis de cor, tinta guache, enfim, recursos de que dispunham para motivar os estudantes, fazer um trabalho diferenciado e, o mais importante, tornar eficaz a tarefa de ensinar.
Hoje, os recursos são outros para as mesmas finalidades. Por isso, um projeto pedagógico interdisciplinar, inserido no planejamento anual da escola, pode ajudar na operacionalização dessa prática.
Na E.E.E.F.M."Jarbas Passarinho" - Souza, estamos vivenciando esta experiência. No primeiro bimestre letivo, trabalhamos, em todas as turmas de todos os turnos, o tema BULLYING e, para tanto, utilizamos todos os recursos tecnológicos de que a escola dispõe. Cada turma foi acompanhada por um professor que, junto com os estudantes, definiram como seria abordado o tema e o sub-tema pelo qual ficaram responsáveis.
O resultado foi muito bom: entrevistas gravadas, vídeos, apresentações em slides, concurso de redação, peças teatrais, murais, exposição de fotos, desenhos feitos em paint retratando situações de bullying, enfim, usou-se tudo quanto se pôde dispor na escola.
Desta forma, foi trabalhado um tema muito sério e importante para o aprendizado dos estudantes que, nesse tema, utilizaram conhecimentos da Língua, dados estatísticos, porcentagem, discussões sociológicas, filosóficas, biológicas, físicas, religiosas e outras.
Para o segundo bimestre está sendo trabalhado, na mesma linha do BULLYING, a VIOLÊNCIA, envolvendo alguns aspectos: contra a mulher, crianças, idosos, sexual, doméstica, racial, sexual, religiosa e outros que algum professor ainda venha adotar.
Acreditamos que essas situações, são relevantes, atuais e significativas para o aprendizado de nossos estudantes.