sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Leitura, reflexão e discussão sobre mídia-educação

Atividade 4.3: leitura, reflexão e discussão sobre mídia-educação
Trabalhar com mídias em sala de aula requer aprendizado constante.
Depois de tudo quanto já se refletiu durante este curso a respeito do que se pretende com informática na escola, resta-nos dizer que a utilização de quaisquer recursos multimídia em uma sala de aula, não se justifica apenas, como muito se tem ouvido, para dinamizar aulas, agradar estudantes, prender atenção, inovar por inovar, enfim, parecer atualizado ou dentro da “onda         “.
Utilizar tais recursos significa apostar na inteligência de pessoas, entender que o ensino agora não é mais ministrar conteúdos para serem cobrados em provas bimestrais, e sim incentivar descobertas e surpreender-se com as descobertas dos outros.
Em uma comparação bem primária, um carpinteiro para produzir uma janela, utiliza, simultaneamente, várias ferramentas próprias do seu ofício, algumas muito antigas, tradicionais, porém insubstituíveis para aquele trabalho e o produto final do seu fazer, a janela, nada mais é do que um conjunto de ações com múltiplas ferramentas que traduzem a finalidade última do trabalho a que se propôs.
As mídias disponíveis, hoje, para a humanidade, estão prontas para serem usadas, articuladamente, sequencialmente, coerentemente em uma atividade que tenha uma finalidade específica proposta por um profissional.
Ao querer inovar, em certa ocasião, um assunto de Língua Portuguesa, figuras de linguagem, inicialmente usou-se o PowerPoint para preparar slides com fundo, fontes diversificadas, animações para cada slide novo e a edição de textos para conceituar cada figura e utilizar letras de músicas para exemplificá-las, alguns alunos propuseram a inserção das músicas nos slides, alegando que a apresentação ficaria mais interessante e aprenderiam melhor. Acatamos. Fomos atrás de cada música e inserimos aos slides.
Assim, trabalhamos com alguns recursos no mesmo arquivo. Descobrimos que podíamos avançar mais, inserimos gravação de narração e habilitamos a caneta para ressaltar alguns aspectos que se faziam necessários. Salvos nossos arquivos, na hora da apresentação, descobrimos que as músicas não abriam e tentamos saber por quê. Nosso técnico detectou o problema dizendo que as músicas precisavam estar salvas no computador da apresentação, foi então que veio a solução instantânea, baixar as músicas selecionadas pela Internet para o computador e prosseguir com a apresentação.
Quantos recursos na mesma máquina! Quantos problemas resolvidos na mesma hora! Quanta participação de cada pessoa que ali estava dando ideias, manipulando a máquina aprendendo-ensinando na SI. Outra solução dada naquele dia: salvamos as músicas em CD-R para usar no micro system, caso fosse necessário em uma outra oportunidade, se houvesse queda de conexão com a Internet.
Usando o mesmo material, fomos enriquecendo, alguns textos foram substituídos por imagens baixadas da Internet ou fotos dos próprios alunos. Hoje, no mesmo arquivo, temos uma aula montada com recursos do PowerPoint, áudio, vídeo, recursos de voz e apresentamos seja em telão com data show ou em televisor acoplado ao PC.
Não se trata de uma produção sofisticada com recursos multimídia, mas, quando se comenta com os estudantes como nasceu aquela aula, acreditamos que podemos confiar a eles a missão de atualizar o arquivo e, de quebra, é bem melhor assim, do que no tempo do giz.
Prof. Demétrio Mácola

Atividade Final do Curso “Ensinando e Aprendendo com as TIC”
De acordo com o que se tem refletido e dito ao longo deste curso, fica cada vez mais evidente a necessidade da integração da Escola nas águas do seu tempo.
Negar-se a esta integração é o mesmo que não aceitar cozinhar em fogão a gás, andar a pé para não entrar em um carro, salgar alimentos por não admitir geladeira e assim sucessivamente.
Do mesmo modo que todas as tecnologias, pelo menos as essenciais, chegaram às casas das pessoas, a informática chegou à escola.
É indiscutível o fato de que através do computador o ensino-aprendizagem ganhou nova feição. O que nos instiga, agora, é o papel da informática e de outras mídias na rotina escolar. Nenhuma delas teria finalidade nem legitimidade, se não fosse para fazer-nos pensar em reaprender a ensinar e ensinar de outra forma o que nossos alunos estão cansados de não aprender por causa da forma como ensinamos.
As mídias têm comprovado que, através delas, quem aprende, pode dar sentido ao que aprendeu, por causa da sua “enraização” na realidade humana. Os novos tempos impõem à escola a tarefa de preparar pessoas para  acessar e dar sentido ao que aprendem.
O pleno domínio sobre as máquinas, relembra ao ser humano o seu poder criativo, a sua superioridade e a sua capacidade de superar dificuldades e integrar-se ao mundo.
Não resta dúvida de que não só o computador, mas todas as outras ferramentas tecnológicas que são as marcas do nosso tempo, podem preferir ou preterir os seres humanos nas sociedades, a exemplo do que, até há pouco tempo acontecia entre quem sabia e quem não sabia ler.
O uso consciente das tecnologias dentro da escola pode colaborar indizivelmente para a formação de cidadãos críticos, capazes de discernir o certo e o errado, os valores e os contra-valores, porque tudo se encontra nos mesmo espaço, a exemplo da própria vida.
Comentário
É louvável o trabalho do nosso NTE e extremamente válida a preocupação com a formação continuada de quem atua nas SI, assim como de abrir espaço para toda e qualquer pessoa que deseje aprimorar-se no uso das tecnologias para o desenvolvimento do trabalho docente.
A cada curso, vamos clareando o horizonte sobre o uso do computador como ferramenta educativa. As orientações, troca de experiências, partilha das dificuldades, sugestões para superação de obstáculos, a vontade de aprender mais que cada um demonstra, a solidariedade que se nota quando alguém está em dificuldade, todas essas virtudes do curso nos dá ânimo e segurança para enfrentar as adversidades.
Acredito que sairemos deste curso com menos angústias, ansiedades e mais segurança para persistir na tarefa de fazer outras pessoas acreditarem que este é o caminho do nosso tempo.
Os conteúdos ministrados durante o curso, serão de extrema importância para serem usados na disciplina que orientamos e para a criação de projetos que justifiquem a existência das ferramentas na escola.
Não poderíamos ser omissos no reconhecimento à grande figura humana que é o nosso caríssimo Prof. Dílson Aires. Quaisquer palavras poderiam desfigurá-lo. Por isso, limitamo-nos a desejar que este grande Homem continue como é, acima de qualquer adjetivo, cabe-lhe o substantivo GENTE.
Parabéns, Prof. Dílson e muito obrigado pelo privilégio da convivência sábia e serena!

domingo, 6 de novembro de 2011

Ativ. 3.2 - Utilizando tecnologias em sala de aula

Por que estudar análise sintática?

Situação 1
Situação 2
Situação 3
Todas as situações acima são fatos do nosso cotidiano. Expressamo-nos através de palavras, gestos, imagens, sinais, cores, enfim, de todas as formas que nos permitem ser entendidos e fazer-nos entender. Isto é linguagem, pode ser língua e pode ainda ser fala.
Considerando que, em todas as nossas manifestações de comunicação, expressamo-nos a partir da nossa capacidade de organizar mentalmente mensagens, isto é, de estruturar nossos pensamentos, nossas emoções e sentimentos em frases, orações e períodos, é que precisamos saber o que queremos expressar, para entender por que precisamos utilizar este ou aquele recurso sintático de que a língua dispõe para traduzirmos com a maior clareza e exatidão possível o que pensamos e sentimos.
Por isso estudamos análise sintática. E quem não estuda isso, não consegue expressar de forma clara, precisa e exata o que pensa e sente? Possivelmente sim. Então? Por que precisa estudar? O que torna quem estuda diferente de quem não estuda isso?
No nosso caso particular, interessa-nos destacar a comunicação consciente e inconsciente, através do uso dos recursos sintáticos da Língua.
Quem usa, conscientemente, um recurso sintático, é capaz de perceber a intenção comunicativa de quem usa outro recurso.
O estudo da análise sintática obriga, necessariamente, a revelação da intenção comunicativa de quem formulou uma frase, uma oração ou um período no seu pensamento e traduziu em palavras.
Não significa dizer que quem tem domínio da estrutura sintática da Língua seja um(a) advinho(a), um leitor(a) do pensamento alheio, e sim um intérprete de uma intenção oculta nas entrelinhas das palavras.
Quem estuda análise sintática sob esta ótica da leitura de mundo, da leitura da realidade, tem menos chance de ser enganado ou passado para trás.
Esta é a justificativa que pode motivar alguém a interessar-se pelo estudo da estrutura sintática do pensamento.
Se não vejamos a situação 1 proposta no início:
No 1º quadro: o pensamento está estruturado começando por um chamado: “meu Deus” – este termo, sintaticamente, chama-se vocativo, foi usado para expressar espanto diante de um situação clara, no entanto, a finalidade do uso, isto é, expressar espanto, revela uma convicção interior de quem externou com palavras o chamado: revela uma crença, uma convicção que está enraizada na mente de quem proferiu a expressão e, consequentemente, de quem criou o personagem e o fez chamar por Deus e não por outro ser. Observe-se a inicial maiúscula da palavra Deus. Alguém que crê na existência de Deus, quer transmitir para quem lê o que escreveu, que ele crê em Deus e subjacente a isto, sente-se, de forma velada, a intenção de provocar o(a) leitor(a) a também crer em Deus.
Ainda no primeiro quadrinho: o motivo do espanto que provocou o chamamento por Deus: “quanto livro”. Sintaticamente, estamos diante de uma ideia de quantidade, expressa pela palavra “quanto”, que chamamos de adjunto adverbial de quantidade. O que impressiona não são os objetos, mas a quantidade deles, muitos. A estrutura deste pensamento não deixa a menor dúvida de que se trata de livros e não de outros objetos. Nesta organização mental, a palavra livros, sintaticamente, é objeto direto e na oração, usamos objeto direto quando não se quer deixar dúvida a respeito do que se está falando. Neste caso, não são revistas, gibis, jornais, panfletos, placas, outdoors, e sim, livros.
O espanto diante da quantidade de objetos que fez o personagem externar a convicção de crê em Deus, revela uma outra intenção de quem escreveu o texto: a aversão pela leitura de quem se espantou com a quantidade de livros. É alguém que não tem o hábito de ler e que expressa o sentimento de aversão pelo espanto diante do objeto. A intenção do autor do texto fica clara: não é elogiar, aplaudir, incentivar a preguiça de ler, e sim criticar quem não tem o hábito da leitura.
Olhemos, agora, para o último fragmento do pensamento expresso no primeiro quadrinho: “para ler...”. Trata-se de um complemento para explicar o motivo da existência do objeto na frase. Os livros são para ser lidos e não queimados, jogados fora, guardados, vendidos, doados etc. Nesta frase, o termo para ler,  está completando o significado do substantivo livros, por isso chamamos a isto de complemento nominal.
Podemos ficar por aqui para demonstrar que análise sintática é a tradução do pensamento de um interlocutor, porque através dos termos usados para se estruturar uma frase, uma oração ou um período, é que podemos desvendar a intenção comunicativa de quem se expressou.
Assim, ao invés de se ensinar os termos da oração em aulas de análise sintática, propomos elaborar um currículo que contemple neste estudo, orientar o estudante a inferir o que está por trás dos termos e da ordem como o pensamento está estruturado. Não se fala nem se escreve à toa, sem intenção.
Esse conteúdo pode, perfeitamente ser combinado com a Sociologia ao explorar os dois níveis de consciência: crítico e ingênuo, com a Matemática, na provocação do raciocínio lógico e da interpretação para a resolução de problemas, com a Filosofia na exploração dos enunciados falaciosos, na Literatura ao explorar características de escolas que primavam pela forma e as que primavam pelo conteúdo. Enfim, é possível fazer links entre disciplinas, confirmando que interdisciplinaridade é integração de conhecimentos, é relação direta com a vida, com a realidade.
 A situação 3 são imagens objetivas, claras, indiscutíveis e relacionadas entre si, não em termos de  disciplinas escolares, porém é possível, partindo da primeira imagem, criar link com a disciplina História, Educação Física e a Língua Portuguesa. O estudante pode não saber quem são os personagens históricos das imagens 2 e 3, muito menos saber o que são fenômenos semânticos, em Língua Portuguesa. Certamente ele reconhecerá, pela sua vivência e pelo seu conhecimento prático, que a imagem 1 é uma situação de impedimento, no futebol, insere-se o link para a História e tem-se o impedimento do ex-presidente Collor, insere-se outro link para a História recente do País e tem-se o impedimento do ex-vice-presidente José Alencar, para participar da posse da presidente Dilma Roussef e um outro link, explica-se, pela Língua Portuguesa que a mesma palavra impedimento usada em circunstâncias diferentes, assume significados diferentes, ao que chamamos de polissemia.
 As três situações propostas acima, apresentadas em uma aula de Língua Portuguesa, em sala de aula, com o auxílio de um computador acessado à Internet ou em uma sala de informática de uma escola qualquer, tornar-se-ía interativa, interdisciplinar e de aprendizado através do computador, porque o aluno, por causa do seu interesse inicial: por que estudar análise sintática? provocado pelo professor, pesquisando, em plena aula, alcançaria o seu    objetivo na escola: construir conhecimentos novos, propostos no currículo escolar de forma diferente, comprovando que é capaz de aprender através do computador, e que o computador é capaz de ensinar. O que seria feito em aulas separadas, com professores diferentes em horários diferentes, é possível fazer em todas as aulas, tornando, assim, as disciplinas uma continuidade da outra, este é um dos benefícios do computador para a educação.
Este procedimento representa, de fato, uma mudança no modelo pedagógico, porque o aluno passa a ser construtor do seu conhecimento. O computador torna-se um instrumento didático, que pode ser usado em todas as aulas, por qualquer professor, em qualquer disciplina com respostas instantâneas às dúvidas, curiosidades e até ao próprio desconhecimento do estudante.
Resta ao professor saber utilizar a ferramenta e trabalhar interdisciplinarmente, sem receio de ser substituído pela máquina, que jamais substituirá o ser humano.
Prof. Demétrio Mácola